O postiço
Depois de umas longas férias estou de volta à dinâmica do blogue.
Assim como assim, falemos do Carnaval, ou antes, deste período conturbado da vida nacional. Homens vestem-se de mulheres, mulheres são tudo e mais alguma coisa, crianças são animais e animais são palhaços. Por estes dias vê-se de tudo e tudo têm a sua explicação. Há quem diga que são os dias tradicionais dos excessos que antecedem os sacrifícios que deverão ser feitos na Quaresma (período de quarenta dias que antecede a Páscoa), mas será que nos próximos dias alguém vai deixar de comer carne? Alguém vai deixar de beber alcóol? Esta é melhor ainda, alguém irá entrar em abstinência sexual? Não me parece! Sabiam que segundo a tradição e as leis católicas é isso que se espera? Ah pois é!
Esclarecimentos da época à parte, os desejos recalcados do que não se é e se gostaria de ser vêm à tona. O postiço ganha forma e ninguém se importa. É Carnaval, ninguém leva a mal. Contudo há no nosso jardim à beira mar plantado um postiço que se torna mesmo para a época demasiado rídiculo: o Carnaval da Mealhada. Que raio de ideia transportar o Brasil para Portugal! Não tem lógica. Desde da cultura à temperatura nada neste Carnaval mais brasileiro de Portugal tem sentido. Faz-me lembrar as corridas de cavalo tipicamente inglesas em plena Lisboa que já Eça falava nos Maias. Tudo postiço, tudo falso, até a alegria que se teima em querer parecer por entre lamúrias de despesas por pagar e angústias de créditos por vencer.
1 Comentários:
clap clap clap...temoos que arranjar um sistema animado para colocar aqui, tipo bonequinhos a bater palmas.
Seja bem-vinda de volta, tem um texto à maneira minha menina!
Enviar um comentário
<< Home